terça-feira, 8 de março de 2011

Sonhos dos deuses

Enquanto dormem os deuses
E eles dormem também
Sonham com a vida da Terra
Sonham com o que eles não tem


E, se acordam desses sonhos,
Em noites de céus estrelados
Se perguntam por que tiveram
Seus sonhos despedaçados

Sei que você também sonha
Com aquilo que não tem
Sei que procura entre nuvens
Carinhos que deuses tem

Amo você pelo tempo
De uma breve eternidade
Beijo teus ombros desnudos
Sem pudor nem piedade

Você é minha menina
Terpsícore na Terra
Sou teu fiel seguidor
No amor, na paz ou na guerra

Aldo Novak

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Vagas Luzes

No vago lume
De um vaga-lume
Lamento a vaga
Que vive em voga
Vagando em mim
Ano após ano

Meu coração
Que é um largado
Bem lá no fundo
Abandonado
É vagabundo
E vaga solto
No vago mundo

Por vezes penso
Não existir
Em outras sinto-me
Um moribundo


Às vezes vejo
A luz que brilha
Mas que se apaga
Antes que a pegue
E que me foge
Se ao brilho apego
Desaparece
Quando me entrego

E a luz que brilha
No verde vago
Do vaga-lume
Vagueia livre
Em sua vaga
No lume livre
Do vaga-lume
No vago lume
Do meu amor

Te vejo sempre
Pois sei que brilha
Mesmo apagada
Por isso, espero
Na noite escura
Por que te quero
Meu vaga-lume
Pra ver seu brilho
Te ter,
pra sempre,
Te ter,
amada.


Aldo Novak

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Uma pedra

Sou só uma pedra
Que, barulhenta, caiu
No lago brilhante
Da sua vida ajustada

De nada sirvo
Pro seu viver
Não te completo
Nem desafio
Nem sei o que faz
Eu te escrever





No seu passado
Não conhecia
No seu presente
Só atrapalho
No seu futuro
Nem sei se existo

Sou só uma pedra
Caí tal praga
Em meio ao lago
Sinto que afundo
Neste meu mundo
Que é ao seu lado

Afundo cego
Afundo mudo
Afundo surdo
Em meio ao nada

Sou só uma pedra
Dizem que, viva
Mas acredito que pedras não vivem
Mas se não vivem, porque te escrevo?

E sem você
Não tenho a vida
Não tenho nada
Seja porque sou só uma pedra
Seja por que você é minha vida
Seja por ser minha única amada


Aldo Novak