quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Perdido no Olimpo

Ontem estive perdido no Olimpo
Reunido com vários dos deuses
Perguntando, sincero, a eles
O que me faz te amar tantas vezes

Minerva indicou, sempre calma
Que seguisse o caminho do meio,
Sugeriu olhar rente ao rio
Que não muda, mas muda às vezes
Ora calmo, ora forte e bravio
Que é outro, após poucos meses

Marte, sempre esquentado e com pressa
Logo uma batalha propôs
Pediu que eu te atacasse
Seduzindo te raptasse
E pensasse melhor depois


Afrodite, por mim se engraçou,
Tão doce, linda e sincera,
Diferente da imortal Hera
Me pediu que a amasse nos céus
Aceitar a proposta não pude
Meu amor não controlo, é teu,
Como a água é de todo açude.
E a vitória do bravo Perseu

No fim, para os mares parti
Odisséia de vida cercou-me
Agora cego, só vejo teu rosto
E me pergunto se aqui eu fui posto
Pra te amar, ou morrer de desgosto

Nesta ilha, sozinho e sem sons
Sem amores, vitórias ou dons
Me pergunto porque existir
Se de ti meu navio se perdeu
Se agora me perco na terra
Se estou vivo ou vivo em Morfeu

Separados no mar e na vida
Navegamos sem destino, sem nau
Você não tem culpa de nada
Escolhemos o nosso começo
Mas jamais o nosso final

Não sei, e não quero saber
Porque não te vi embarcar
Quem sabe, naquele momento
Olhasse pra alguma sereia
Ou meus olhos estivessem cegos
Ou apenas mirando no mar

Não me cabe agora julgar
Desastradas escolhas de Zeus
Meu poder, se é que tenho, é te amar
Meu amor e minha vida são teus.

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