Sim, sinto saudades.
Serro verdades em mitos de perdidas sentenças
Monto memórias de inexistentes presenças.
Histórias ficcionais de doloridas ausências.
Sim, sinto saudades.
Saudades de palavras não ditas
Desejadas.
Palavras benditas.
Palavras que ecoam gritantes
No silente suspiro de uma estrela perdida.
Sumida.
Pelo tempo do espaço carcomida.
Cheia de cores e, ainda assim, descolorida.
Brilhos reluzentes de escuras noites perenes.
Eternas na ausência de seu brilho.
Tristes porque longe de suas palavras alegres.
E nisso sigo em lamentos.
Vejo faltar meus alimentos.
Dias cinzentos sem crepúsculos ou ventos.
E vou me cercando de companhias ausentes.
Solitárias. Deprimentes.
Tristezas hereditárias como que vindas do céu.
Presentes.
Vertentes de duplos sentidos que jamais se encontram.
Tristes alegrias ao escutar sua voz.
Sim, sinto saudades.
Doloridas, essas verdades.
Saudades de uma relação atrevida.
Por vezes, arrependida.
Noutras de paixão acometida.
Longe, muito longe de ser contida.
Saudades de uma vida comprometida.
Onde não existe partida.
Saudades de você.
Sim, sinto saudades.
Aldo Novak