domingo, 30 de agosto de 2009

Jaula Livre

Nascido livre -
ou numa jaula.
Vivendo bem -
ou numa vala
Isso não importa.
Isso não me cala.

Navego solto
enfrento o douto,
Rasgo bandeiras
Vingo a mortalha.

Na terra viva
Tapete verde
Com água azul
Meditativa




No céu que brilha
Pérolas brancas
Lar para deuses
Lar da partilha

Grades não me calam,
Calos não me doem.
Chuvas não me param
Dores me constroem

Por onde passo
Abro o caminho
Em terra seca
ou ribeirinho

Navalho a estrada
Marcando a entrada
Poupando ao próximo
A caminhada

Retalho nuvens
Singro as areias
Caminho em mares
Construo altares

Posto que sou,
Mais do que fui
E que serei
Mais do que sou.




Aldo Novak
Membro Academia Guarulhense de Letras


(c) todos os direitos reservados.



quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Meu destino

Romper as muralhas do sonho
As grades de meus calabouços
As tormentas de meus mares revoltos
Eu o farei.

Vencer o inimigo que dentro de mim habita
Agarrar as chances que outros perderam
Sonhar que nem mesmo os sonhos sejam
Melhores que a vida que vivo.
Eu o farei.

Arrastar comigo
Aqueles que à mim se prenderem
e que de mim necessitem.
Quebrar as correntes dos que me acham frágil
Oferecer a outros o que de outros eu ainda precisar
Eu o farei.


Sugar, não dos dias, mas das horas,
tudo o que elas puderem me dar -
dando, em troca, parte do que ganhar.
Eu o farei.

Transformar em metas tudo aquilo que sonhar.
Não abdicar durante crises,
Nem descansar na calmaria.
Eu o farei.

E vencerei.
Graças a meus sucessos
- ou a despeito de meus fracassos.

Vencer é meu destino e,
quanto a isso,
nada mais devo dizer, exceto:
Eu o farei!


Aldo Novak
Membro da Academia Guarulhense de Letras

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Retratos

Sinto saudades.
Buscando ver-te,
rompo o laço do velho álbum -
porta-jóias fotográficas.
Sou delas dono,
qual lorde que rei se sente
com seu tesouro.



Sou delas senhor.
E dos diamantes nele contidos, busco o maior:
Tua foto.
Tua linda e doce foto.

Busco o mítico sentir de tua
Eterna e,
mesmo que irreal,
linda presença.

Busco amar-te no jogo de sombra e luz.
Tocar-te ao brilho do papel;
Beijar-te com infinito cuidado.
Vivendo cada minuto de vida
Sorvendo cada pedaço de tempo
Qual flor que, do Sol no horizonte,
Rouba os últimos raios.

Lá está você.
Não como hoje é,
mas como sempre para mim será.
Lá está tua imagem.
Pedaço de uma eterna lembrança;
de um hoje incontido,
de um ontem amado.
Como o arco-íris colorida,
Mesmo que, num futuro, desbotada



Aldo Novak

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Gelo Quente

Noites frias de verão

Confusas, sem estação

Queimam qual gelo quente

Seguindo caminhos errantes

Como carros na contra mão




Noites sem sua existência

Complemento de várias verdades

Que como estrelas perdidas

Cruzando o espaço, varridas

Sem dores ou amores intensos

Se perdem na confusão

Sejam em que estações forem

Nas noites quentes de inverno

Ou nas frias de verão.

Quando as saudades, marcantes

Dilaceram o corpo, errantes

Machucando nossa emoção

Maculando alma e memórias

Dolorindo o meu coração

Queimando qual sonhos perdidos

Como carros na contra mão


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